Quem acompanhava o futebol na década de 60, não imaginaria que em sua primeira participação no mundial, a Coréia do Norte despontaria tão fácil, e ainda por cima praticando a façanha de eliminar a renomada seleção italiana, dos craques Gianni Rivera, Sandro Mazzola e Giacinto Fachetti. Mas antes disso, a Chollima teve de passar por outras duas seleções.
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| Italianos e norte-coreanos entram em campo lado a lado no Ayrsome Park, estádio do Middlesbrough. |
A primeira partida foi um jogo de confrades. Duas nações socialistas se enfrentariam pelo Grupo 4 no Ayrsome Park, estádio do Middlesbrough. A URSS marcou com Banishevsk (33') e com Malofeiev (31' e 88'). A goleada em 3 a 0 não abalou a seleção coreana, que no jogo seguinte teve de enfrentar o Chile. O selecionado sul-americano começou balançando as redes aos 26' da primeira etapa com o meia Marcos numa cobrança de pênalti. Os chilenos continuaram a pressionar, mas não voltaram a atingir a meta do arqueiro Li Chan Myong. Em contrapartida, os norte-coreanos tiveram uma falta a seu favor faltando cerca de dois minutos pra terminar o tempo regulamentar. Após a cobrança, houve um bate-rebate, a pelota sobrou na entrada da grande área e Pak Seung Zin encheu o pé e empatou o confronto.
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| No jogo pioneiro, os soviéticos golearam por 3 a 0 os norte-coreanos. |
O embate seguinte foi o mais marcante da primeira fase. A Seleção Italiana acumulava dois pontos, por ter vencido o Chile na rodada inicial, mas vinha de derrota para a URSS. Bastava a vitória para um dos lados avançar de fase. A desconhecida seleção da Coreia do Norte enfrentando uma equipe eminente, que tinha como base a Internazionale, bicampeã italiana (1964/65). Antes mesmo da bola rolar, os comentaristas já classificavam que seria "uma tarefa fácil" pros italianos, que jogavam naturalmente para controlar a partida. Então atacante do Bologna, Mario Perani deixou duas oportunidades escaparem. Melhor pra Pak Do Ik, que aos 42' recebeu de cabeça uma bola provinda da meia-lua do meio-de-campo, esperou a bola quicar e chutou no canto direito de Albertosi, goleiro da Fiorentina. Após a eliminação, os atletas italianos foram recebidos no país de origem com uma chuva de tomates, enquanto os ingleses comemoram a vitória norte-coreana.
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| Pak Doo Ik observa a bola atingir a meta do goleiro Enrico Albertosi, gol que classificou a Coréia do Norte pra semifinal. |
O juízo final da Coréia do Norte na Copa do Mundo aconteceu no dia 23/07, um sábado. A Chollima de forma infante começou arrasadora pra cima da Seleção Portuguesa. Logo no primeiro minuto de jogo, Pak Seung Zin acertou um belo chute da entrada da área e pôs os asiáticos a frente do placar. Não demorou muito, e aos 22' o zagueiro Li Dong Woon aproveitou uma sobra e ampliou o resultado. Três minutos depois, os norte-coreanos transformaram o placar em goleada. Yang Sung Kook foi levando a bola e marcou o terceiro.
Foi então que a figura de Eusébio resplandeceu no gramado do Goodison Park, casa do Everton. A vantagem numerosa dos norte-coreanos não durou dois minutos, pois o moçambicano diminuiu pros portugueses. Vantagem essa que viria a sofrer nova alteração ainda no primeiro tempo, novamente com Eusébio, que marcou numa penalidade. Quando o segundo tempo começou, Eusébio não poupou tempo. Logo aos 9' empatou a partida, aos 12', novamente numa cobrança de pênalti viria a marcar. Virada dos lusos, que finalizaram os tentos aos 35' com Augusto.
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| Contra os lusos, a Chollima abriu 3 a 0, mas Eusébio e Augusto reverteram o placar. |
A Coréia do Norte deixou a competição, mas deixou sua marca na Copa do Mundo de 1966. Pelo jogo de oito gols com os portugueses, e também pelo surpreendente triunfo que eliminou os italianos com um placar mínimo.
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