sexta-feira, 10 de julho de 2015

Maneca... o craque atormentado


 Meia-atacante que foi revelado pelo Galícia (BA) e se destacou depois no Vasco da Gama, chegando a fazer parte da Seleção Brasileira vice-campeã em 1950, Maneca, o Manoel Marinho Alves, morreu ainda novo, no dia 28 de junho de 1961, aos 35 anos na cidade do Rio de Janeiro, após cometer suicídio.

 Nascido no dia 28 de janeiro de 1926, em Salvador (BA), Maneca era um jogador que tinha facilidade em atuar nos dois lados do campo. Chegou a atuar como ponta-direita, embora fosse meia de origem. Jogou nesse setor principalmente por causa da contusão de Tesourinha, considerado titular da Seleção Brasileira no começo dos anos 50.
Maneca pisca para a câmera em uma foto, sinal de que havia balançado as redes num jogo contra o Flamengo.
 Naquele mundial de 50, no Rio, Maneca sofreu uma distensão muscular e ficou fora dos últimos dois jogos (Espanha e Uruguai). Foi substituído por Friaça, autor do único gol brasileiro na derrota para a Celeste na final da competição. Maneca atuou ainda pela Seleção Carioca, e vestiu as camisas do Bahia e do Bangu.

Invicto pela seleção principal

 Em partidas oficiais, Maneca jamais perdeu um jogo atuando pela Seleção Brasileira. Foram sete partidas, sendo cinco vitórias e dois empates. E o meia-atacante marcou dois gols pelo Brasil: contra o Paraguai (3 a 3) e contra a Iugoslávia (goleada brasileira por 7 a 1), segundo números do livro "Seleção Brasileira 90 anos", de Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf.

Ficha
Manoel Marinho Alves (Maneca)
Nascimento: 28/01/1926, Porto da Barra-BA
Falecimento: 11/07/1961
Período: 1947 a 1953 e 1955
Posição: Meia/Atacante
Títulos: Carioca (1947, 1949/50, 1952), Sul-Americano (1948)

"Maneca era um craque que chegou a São Januário em 1946 e logo ganhou status de ídolo. Era meio-campo, mas atuava também como ponta-direita e centroavante. Tinha uma habilidade fora do comum, dribles curtos e uma ótima visão para lançamento. Quem o viu jogar garante que foi um dos jogadores mais habilidosos da história do futebol brasileiro. Mas a torcida o amava por outro motivo: era especialista em marcar contra o Flamengo." (Placar "Quem é quem" - 581 Craques do Brasil)
Maneca trajando o uniforme do Vasco ao lado de Rubens, o "Doutor Rubis" dos flamenguistas.

"O baiano Manuel Marinho, nascido em Porto da Barra, perto de Salvador, revelou-se nos juvenis do Galícia. Como só sabia jogar descalço ou de tênis, arrumaram uma chuteira de lona pra ele. Logo chegou a titular dos profissionais. Um olheiro do Vasco o descobriu em fins de 1946. No ano seguinte era campeão carioca invicto. Daí em diante participou de todas as alegrias do Expresso da Vitória com seus dribles curtos e desconcertantes, além de passe e lançamentos certeiros.

 Na Copa do Mundo de 1950, estreou contra o México pela ponta-direita no lugar de Tesourinha, que operara os meniscos, e entrou em sua verdadeira posição contra a Suíça. Nos jogos seguintes, contra a Iugoslávia e a Suécia, Flávio Costa resolveu colocá-lo de novo na ponta. Um estiramento o afastou dos jogos contra a Espanha e o Uruguai. O que ele ficou abalado com a perda da Copa, só a irmã dele, Bernardina, viu. Totalmente angustiado chegava a ter desmaios.
Ajeitando as chuteiras pelo Bahia, e na foto da direita está Juvenal Amarijo, que atuou na final da Copa do Mundo de 1950.

 Inteiro em 1951, chegou o dia da forra: um jogo contra o Peñarol, base da Seleção Uruguaia de 1950, em Montividéu. Ainda no vestiário do Estádio Centenário, a promessa de Maneca: se a primeira bola desse um drible em Obdulio Varella, ninguém iria segurá-lo. E no primeiro lance em que se viu frente a frente com El Gran Capitán, com El Negro Varela, Maneca parou diante de Obdulio e balançou o corpo, fingindo que ia sair pela direita e cortou pra esquerda. O danado do Obdulio se recuperou, girou tentando parar Maneca, que não resistiu a tentação e tocou a bola entre as forte pernas do uruguaio, tido como herói da Copa de 50. Daí para frente ninguém segurou Maneca. O baiano foi grande naquele Peñarol x Vasco de 1951. Foi o maior jogador do mundo por 90 minutos. Sua atuação chegou a tal altura que a torcida do Peñarol aceitou com resignação o 3 a 0. E, no dia seguinte, jornais brasileiros e uruguaios só falavam no seu nome.

 Após o título carioca de 1951, Maneca voltou para Salvador, tornando-se campeão pelo Bahia em 1954. Apertou a saudade, e ei-lo de volta a São Januário, dividindo o tempo entre a bola e a venda de automóveis. Mas não era o mesmo. Tentou de novo o Bahia, em 1957, depois o Bangu (rescindiu o contrato por causa de uma antiga contusão no joelho) e voltou de novo a Salvador, acolhido pelo Galícia, o clube que o revelou. Contudo, já era um homem com fortes crises de depressão. Acabou tomando uma dose violenta de veneno e morreu no dia 11 de Julho de 1961." (Placar "As Maiores Torcidas do Brasil" / Vasco - compilação dos textos publicados nas edições de 1979 e 1982)

2 comentários:

  1. Realmente, Maneca, foi um dos grandes ídolos da história do Vasco.

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  2. Gostaria di saber omoni dos pai Manoeu Marinho Alves total vez eu cerca seu parenti contato ZP 71988965861 ou 71985014810 Maurício ou luciane

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