terça-feira, 7 de julho de 2015

André Catimba: um vôo feérico

catimba
(Foto: Armênio Abascal Meireles)

 Em 1977, Grêmio e Internacional disputavam a final do Campeonato Gaúcho. As duas equipes haviam empatado em pontos na fase final e houve necessidade de um jogo extra para que se determinasse o campeão. A data era 25 de Setembro e nas últimas oito edições do estadual os Colorados haviam levantado a taça.

 Desta vez o tricolor vinha a campo precisando apenas do empate. Carlos André Avelino de Lima, popularmente conhecido como André Catimba, destilava sua irreverência para os gaúchos. O mesmo havia dito que caso fizesse o gol do título, iria comemorar com uma cambalhota. E sendo assim, os mais otimistas perguntavam: "vai ter cambalhota hoje?"

 O gol da vitória, o gol do título poderia ter saído mais cedo. Porém Tarcísio desperdiçou uma penalidade. O tento estava guardado para o baiano. No silêncio dos torcedores, Victor Hugo rouba a bola, toca para Iúra que em seguida toca para André Catimba. De costas, o atacante rapidamente deu um giro e chutou para a meta do rival. A bola balançou a rede e a comemoração tomou conta. O jogador num impulso fulminante saltou da linha de fundo para o ar. Pra tal comemoração podem-se usar os versos de Drummond no seu Poema Noite Futebol: "São vôos de estátuas súbitas, desenhos feéricos bailados...". Catimba voou por um instante, no outro viu seu dorso decair sob a relva.



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