domingo, 12 de julho de 2015

Carlos Gardel e o azar da Seleção Argentina

                     


 Francês de Tolouse ou uruguaio de Tacuarembó? Eis a dúvida da verdadeira origem de Carlos Gardel. Mas futebolisticamente o cantor de tango tinha uma forte ligação com a Argentina. Apesar de muitos o dizerem torcedor do Peñarol ou Nacional, ele já chegou a ser sócio-torcedor do Racing Club de Avellaneda. El Morocho é deveras reconhecido que para ele já existe música de Nelson Gonçalves e citação de sua "Por Una Cabeza" por Silvio Luiz no filme Boleiros de Ugo Giorgetti.

A caderneta sócio do Racing de Gardel
 Apegado ao esporte bretão, Gardel no ano de 1928 esteve junto da Seleção Argentina nos Jogos Olímpicos de Amsterdã. Numa noite num hotel, "El Rey del Tango" entoou diversas canções suas, inclusive pela primeira vez cantou Dandy. Aconteceu que na final da competição os argentinos protagonizaram o Clássico do Rio da Prata que ficou empatado em 1 a 1 (gols de Petrone pro Uru. e Ferreyra pra Arg.). Houve a necessidade de um jogo-extra para decidir o campeão. Três dias depois os dois selecionados voltaram a se enfrentar e Figueroa e Scarone marcaram os dois tentos da vitória uruguaia por 2 a 1. 
Gardel em 1928 com o selecionado argentino.
 O fato voltou a se repetir cerca de dois anos depois. Desta vez na primeira Copa do Mundo. Gardel que inclusive assistiu a derrota brasileira para Iugoslávia por 2 a 1, novamente estava aliado aos argentinos na busca pela taça, desta vez em terras uruguaias. Os visitantes que se alojaram no hotel Barra de Santa Lucia. Dois dias antes da final, Gardel apareceu para um jantar e novamente voltou a cantar alguns temas. Inclusive Dandy. Aconteceu que no dia 30 de julho, o Uruguai venceu o confronto por 4 a 2 de virada com gols de Pablo Dorado, Pedro Cea, Iriarte e Héctor Castro. Peucelle e Stábile balançaram as redes pra Argentina.

 Naquele ano, o cantor havia dado uma entrevista dizendo-se uruguaio. E mesmo com a declaração, os atletas da Seleção Argentina haviam prometido a vitória para ele, segundo o então jogador do Gimnasia y Esgrima, Francisco Varallo. Gardel não deixou de conhecer a taça Jules Rimet. Ele fora ao vestiário da celeste e viu de perto a conquista dos uruguaios.

Junto a taça Jules Rimet, conquistada pela Seleção Uruguaia em 1930.

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