Rattín e o cartão vermelho

Antonio Rattín, jogador do Boca que ficou marcado na Copa de 1966.

 O caso se passou na Copa do Mundo de 1996. A Inglaterra, seleção anfitriã do torneio enfrentava a Argentina no estádio Wembley. Havia cerca de 90.000 espectadores acompanhando a partida naquele sábado, 23 de Julho. Um dos ícones da competição, o argentino Antonio Rattín gesticulava para a arbitragem com a finalidade de se comunicar.

 Porém, as mímicas praticadas pelo portenho foram em vão. O jogo caminhava para os 36 minutos da primeira etapa, ainda sem nenhuma rede balançada. Roberto Perfumo cometeu uma falta em Bobby Charlton. Naquele instante o árbitro alemão Rudolf Kreitl marcou a falta sob as contestações do infrator. Rattín pôs-se no meio, apontando para sua braçadeira de capitão. E então se deu a confusão em campo.

O capitão argentino até tentou convencer o mediador alemão, mas por meio de mimicas, nada foi resolvido.

 O volante fazia diversos sinais com o intuito de que o juiz o entendesse. Mas em revés, o comandante da partida fez-se confuso. Minutos passavam e nada se fazia entender em campo. O árbitro advertiu Rattín com o cartão vermelho. Mas o jogador argentino permaneceu perante as quatro linhas. Clamava por um tradutor, mas nada se resolveu e o atleta deixou o campo.

 Enquanto passeava para deixar o gramado, o volante avistou uma flâmula do Reino Unido tremulando no mastro do escanteio. Ele não se poupou das sandices e chacoalhou a bandeira. Logo em seguida, os ingleses em euforia bradavam-lhe das gerais os gritos de: “animais”. Acompanhado também das latas de cerveja que lhe foram atiradas.

Após a degenerada confusão, Rattín teve de deixar o campo de jogo.

 Ainda parecia pouco para ele. Sentou-se no tapete vermelho destinado a família real e assistiu ao restante do jogo. Os ingleses continuaram eufóricos, mas comemoraram a vitória por 1 a 0 com o gol de cabeça de Hurst. O que fez a Argentina despedir-se da Copa nas quartas-de-finais.