Um dos jogadores mais notórios da década de 60 do futebol brasileiro é Walter Machado da Silva. Ou simplesmente Silva Batuta. Goleador, o atacante paulista tornou-se ídolo do Flamengo e logo exportou-se para o Barcelona. Mais tarde jogaria também no Racing, além de Santos, Vasco, Botafogo, Rio Negro-AM e mais dois clubes sul-americanos.
Time do São Paulo na década de 50, Silva é o antepenúltimo da fila. (Créditos: Milton Neves/Ronaldo Cardoso) |
Silva nasceu na cidade de Ribeirão Preto no dia 2 de janeiro do ano de 1940. Ainda em sua adolescência - aos 17 anos - foi revelado pelo São Paulo. O tricolor foi campeão paulista, mas das oito partidas que disputou com a camisa do Soberano, Silva não marcara um gol. Desta forma, encerrou a década de 50 defendendo equipes do interior. Primeiro o Batatais e em seguida o Botafogo-SP, time de sua cidade natal.
Silva no time do Batatais em meados da década 50 para 60. O atleta é o segundo agachado da esquerda pra direita. (Créditos: blog do Milton Neves) |
A passagem de Silva pelo futebol interiorano despertou o interesse do Corinthians, que por volta de 1961 o adquiriu. O clube não obtivera boa campanha na decisão anterior do Paulista naquele ano, mas para 1962 contava com o oportunismo de Silva para com a bola. O jovem rendeu, e o time do Parque São Jorge acabou chegando a final, sendo derrotado apenas pelo Santos. Assim, o ribeirão-pretano permaneceu na equipe até 1964, onde marcou 89 gols em 140 jogos. Jogou ao lado de Manoelzinho, David e Flávio Minuano, mas se despediu sem levantar taças pelo Coringão.
Silva obtivera a média de 1,5 gols por jogo pelo Corinthians. (Créditos: Tardes de Pacaembu) |
A partir de 1965, o jogador viveria sua primeira experiência futebolística fora do estado de São Paulo. Experiência esta que rendeu-lhe bons frutos. No Flamengo conquistou o Campeonato Carioca no ano de sua chegada, ficou até o ano de 1966 no time da Gávea, onde marcou 48 gols em 79 jogos nessa primeira passagem.
Almir Pernambuquinho e Silva em meados dos anos 60 pelo Flamengo. (Créditos: @flamengoretrô) |
Ganhou tamanha notoriedade, que em seguida rumou para Espanha para defender as cores azulgrená. O Barcelona lhe contratara, mas não rendera o mesmo do que em terras brasileiras. Apesar disso, nesse mesmo ano chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira para a disputa da Copa do Mundo. Devido a não-concretização do seu bom futebol na Catalunha, o então presidente do Barça deu a seguinte declaração sobre o atleta: "Se não pode jogar, o usarei como chofer. Sempre quis tem um chofer negro".
Na imagem á esquerda está Silva pelo Barcelona. Já na imagem a direita, o mesmo aparece junto a Pelé durante a Copa de 1966. (Créditos: Tardes de Pacaembu) |
Após o posicionamento de viés racista de Enric Llaudet, Silva Batuta voltou ao Brasil em 1967. Defendeu o Santos, onde marcou somente sete gol, o suficiente para conquista o Campeonato Paulista. Em seguida voltou a vestir as cores do Flamengo e novamente se consagrou nos anos de 1968 e 1969, marcando 22 gols em 53 partidas. Ficou relembrado como o "Toni Tornado da Gávea". Deixaria o Mengo para ir para Avellaneda, mas antes fez com que Mané Garrincha viesse jogar no clube. Acontece que o Anjo das Pernas Tortas queria sair do Corinthians. Silva que continha o contato de um dos dirigentes e influiu na negociação.
Pelé e Silva novamente juntos, desta vez, pelo Santos. (Créditos: Tardes de Pacaembu) |
Na Argentina vestiu a camisa do Racing. Uma passagem no ano de 1969, que ficou marcada, pois foi ele o único futebolista brasileiro a ser o artilheiro de um campeonato argentino, no Metropolitano. Foram 28 partidas e a rede balançou 18 vezes com a camisa de La Academia. Chegou a marcar na final da Copa Argentina diante do Boca Juniors, 2 a 1 para os Xeneízes.
Silva foi o único brasileiro a tornar-se artilheiro de um campeonato argentino. |
Voltou ao Brasil em 1970, novamente para o Rio de Janeiro, mas desta vez defenderia o Vasco da Gama. Pelo cruzmaltino, Silva chegou a conquistar o Campeonato Carioca do ano de 1970. No ano de 1971 foi emprestado ao Botafogo. Em 1973 jogou pelo Rio Negro. E em 1974 iria para o futebol da Colômbia, onde defenderia Atlético Júnior. Encerrou a carreira em 1975 na Venezuela, pelo Tiquire-Canarias.
Fio Maravilha e Silva na década de 70. (Créditos: @flamengoretrô) |
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